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C4 Picasso o carro do ano 2007 e com volante de cristal

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domingo, 1 de abril de 2007

Citroën DS e ID nos anos cinquenta

Citroën DS e ID nos anos cinquenta.

O modelo mais carismático da marca francêsa,Automobiles Citroën tornou-se conhecido no nosso país com a alcunha de "Boca de Sapo" em virtude da sua vanguardista carroçaria e a frente que pelos vistos fazia lembrar aos nossos avós um batráqueo!
Foi dado a conhecer ao público no longínquo ano de 1955, e foi baptizado de DS (em Francês Deésse significa também “Deusa”) e dois anos depois também de ID (em Francês Idée significa também “Ideia”) que eram as versões mais espertanas que os Inglêses no seu típico sentido de humor denominam de Bread and Butter (pão e manteiga).
Diz-se que quando o DS foi apresentado estava 20 anos á frente dos seus concorrentes, verdade ou não o facto é que o "Boca de Sapo" tornou-se o carro mais carismático da Citroën e até um ícone da França.
A Citroën sempre foi uma marca que primou por soluções técnicas á frente do seu tempo e falar do DS sem referir o seu antecessor o Traction Avant (tracção á frente), também conhecido em Portugal como "Arrastadeira" seria um erro.
O Traction Avant foi um carro inovador aquando do seu lançamento em 1934. O fundador da marca, André Citroën, concebeu-o com inovadoras soluções técnicas como a tracção dianteira e a carroçaria auto-portante, semelhante ás actuais e que beneficiava a resistência á torsão, flexão e a acidentes, o design teve a mão “mágica” do engenheiro Flaminio Bertoni que anos mais tarde iria criar o DS e a 2 CV.
O Traction foi um sucesso na Europa e ficou também associado ao carro das SS durante o Regime de Vichy.
A inovação da transmissão ser feita nas rodas anteriores teve alguns dissabores de início com o problema da falta de resistência dos cardans, que partiam facilmente mas que foi sendo corrigida ao longo da sua carreira de mais de vinte anos. O Traction Avant foi descontinuado em 1957 sendo produzidas mais de 760 000 unidades.
No pós-guerra a França reconstruia-se e a Citroën desenvolvia o sucessor do seu conhecido Traction Avant, um projecto com mais de dezoito anos que seria interrompido com o rugir da II Grande Guerra. O engenheiro Alain Lefèbvre concebe o DS com uma caderno de encargos pleno de ideias futuristas as quais seriam perfeitamente traduzidas por Flaminio Bertoni que se inspira em formas da natureza para as linhas fluídas e aerodinâmicas do DS; talvez a alcunha Tiburon (tubarão) que o DS tem em Espanha tenha alguma razão de ser!
No Salão de Paris de 1955 e após grande especulação por parte da imprensa especializada é apresentado oficialmente o DS 19 com motor “transplantado” do Traction Avant, o motor era o 1911 cm3 debitando 70 cv às 4 500 rotações por minuto acoplado a uma caixa automática de 4 velocidades. A velocidade máxima situava-se nos 140 km/h com um média de consumos a rondar os 10 l/100 km, reza a história que o sucesso do DS foi tal que no Salão de Paris nos primeiros três quartos de hora haviam sido registadas 749 encomendas e no fim do dia 12.000!
O DS apresentava uma première mundial, a suspensão hidropneumática com corrector de altura, ajustável pelo condutor através de uma pequena alavanca no interior, direcção e embraiagem assistida, duplo circuito de travagem o qual tinha a peculiaridade de ter um minúsculo (e de curso curto) travão de serviço com uma forma muito semelhante a um cogumelo, que foi baptizado carinhosamente de champignon além de inovar no poder de travagem que era ajustável á carga. Os travões eram de disco no eixo dianteiro e isto tudo em 1955!
Um OVNI na água? Não, apenas publicidade á fantástica suspensão hidropneumática do DS. Na fotografia trata-se da promoção ao DS nos anos 50.
O interior do DS de 1955 era igualmente inovador e tinha o volante monobraço (cor branca) com uma pequena alavanca por trás de modo a escolher a mudança. Até 1967 o DS e o ID tinham grande parte do tablier em chapa na cor da carroçaria, os painéis da mesma eram totalmente desmontáveis.
A frente do DS possuía um capot mergulhante, ladeado de dois faróis redondos, tendo na parte debaixo uma carenagem para refrigeração semelhante á boca de uma jamanta a qual foi progressivamente mudada ao longo da sua carreira. Este detalhe nos DS e ID é muito interessante de observar. O conforto de marcha e de utilização era imcomparável e não havia, a nível tecnológico, concorrência para o DS na altura, o modelo da marca dos Chevrons estava pelo menos a 20 anos de distância dos seus concorrentes da época.
Alguns problemas de fiabilidade, sobretudo a nível do circuito hidráulico foram alvo de alguma chacota e de muitos nervos para os clientes da marca mas foram sendo progressivamente resolvidos ao longo da carreira do DS/ID.
Em 1957 é apresentado a versão ID que era mais espartana que o DS e possuia duas versões com o bloco 1900 c.c., que no ID debitava 63 cv às 4 000 rpm e velocidade máxima de 130 km/h e no ID Luxe 66 cv às 4 500 rpm e apenas mais 5 quilómetros hora de velocidade máxima.
A imprensa da época diz "Quelle ID" (leia-se Que ideia!) e critica acidamente a política de "depenar" o DS e transformá-lo num ID.
O ID era uma versão “pobre” do DS e diferenciava-se por a ausência de caixa automática, direcção assistida, inexistência de cromados e tampões de roda, aro dos farois pintados de preto a par com o capot pesadíssimo em aço e não alumínio.
Em 1958 é apresentado no Salão de Paris o ID 19 Break (Station) que era oferecido em três acabamentos: Break, Familiale e Commerciale. O ID break era tecnicamente igual aos ID Luxe o que deixava de lado o espartano e sensaborão ID, tornando-o numa peça rara hoje em dia.
No mesmo salão era apresentado o DS 19 Prestige que era uma versão para o Creme de la Creme e para o homem de negócios. O Prestige tinha uma separação em vidro para isolar o chauffer do ilustre passageiro mas a abertura era ainda manual e o ilustre teria que se levantar e debruçar ligeiramente para... dar á manivela mas pensando nesse detalhe um telefone para comunicar com o motorista foi instalado nesse separador. No último ano da década de cinquenta o DS entra no mundo da competição automóvel
com a equipe Coltelloni-Alexandre-Desrosiers no rally de Monte Carlo sendo o piloto o campeão da Europa em Rally de 1959.

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